Polícia investiga se há crime de estelionato em desvios de fundos de formatura em MG; valores podem ultrapassar R$ 10 milhões

Cerca de 150 contratos fechados pela Phormar foram apreendidos para investigação. Proprietário da empresa, Luiz Henrique Resende de Queiroz, disse que não houve calote e que um grupo de Montes Claros assumirá as próximas festas. Segundo delegado Samuel Neri, Grupo Vision assumirá as festas da Phormar
Luiza Sudré
Uma entrevista coletiva realizada pelo delegado Samuel Neri, na tarde desta quarta-feira (11), apresentou mais detalhes das investigações a respeito de desvios de fundos de formatura da empresa Phormar Formaturas e Eventos Ltda, de Juiz de Fora, que teria retirado dinheiro da conta de formandos de vários cursos. O Procon também acompanha a situação.
Conforme o titular da 7ª delegacia, não há informações sobre o total da quantia movimentada dos fundos de formatura, mas estima-se valores acima de R$ 10 milhões. Aproximadamente 150 contratos foram apreendidos e serão analisados, assim como computadores pessoais e da empresa.
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As investigações vão analisar o grau de responsabilidade da empresa, que tem 28 anos de mercado, e de possível dolo. “Estou a depender da apuração da viabilidade econômica. Parece que há muita confusão patrimonial na gestão, que alega consequências pós-pandemia”, explicou o delegado, que contará com auxílio de uma perícia contábil.
“Ainda é cedo falar que houve estelionato ou não. Como são muitos documentos, muita avaliação de perícia contábil, eu tenho que avaliar. Se teve dolo, ele [empresário] terá que responder.”
Delegacias de outros estados também deverão ser acionadas, como a de Volta Redonda, onde também há contratos de fundos de formatura com a empresa juiz-forana. Somente em Juiz de Fora, foram registrados 25 boletins de ocorrência contra a Phormar, segundo o delegado.
O proprietário da empresa, Luiz Henrique Resende de Queiroz, aguardará as investigações em liberdade. Na segunda-feira (9), ele esteve na delegacia, apresentou o passaporte e se comprometeu a não sair de Juiz de Fora.
Grupo econômico deverá assumir as festas
Ainda conforme informações divulgadas na coletiva, o Grupo Vision, que faz parte da Associação Brasileira de Empresas de Formatura (Abeform), com sede em Montes Claros, deverá arcar com as dívidas e assumir as festas agendadas com a Phormar.
A TV Integração entrou em contato com a empresa, que disse que assumirá os eventos, cumprindo todos os contratos firmados pela Phormar.
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Em nota, informou também que vai iniciar uma auditoria na documentação e nas tratativas com fornecedores, clientes e colaboradores, para garantir a realização de todos as festas previstas:
“Todos os aspectos relacionados à organização e andamento dos contratados firmados com a Phormar passarão a ser geridos por nossa equipe. […] Respeitaremos integralmente os termos e condições dos contratos com a Phormar, garantindo que os eventos sejam realizados conforme planejado”. Leia a íntegra do documento mais abaixo.
Contratos dos fundos de formatura foram apreendidos, assim como computadores pessoais e corporativos
Luiza Sudré
Ainda segundo a polícia, nas últimas 24 horas, o Grupo Vision teria realizado o pagamento de boletos, em torno de R$ 500 mil, referentes a serviços de bufê, e se comprometido a honrar as formaturas deste ano, inclusive uma desta próxima quinta-feira (12), em Juiz de Fora, e outra de sexta (13), em Búzios.
A empresa de Montes Claros também deverá fazer o pagamento de funcionários, que ainda não receberam o salário referente a novembro e nem a primeira parcela do 13º salário.
Empresário diz que a Phormar ‘não parou’
Ao final da coletiva, Luiz Henrique Resende de Queiroz, proprietário da Phormar, também deu explicações a respeito do caso. Ele confirmou que o Grupo Vision assumirá os próximos eventos.
Conforme ele, um vídeo publicado na semana passada, sobre um ‘suposto calote’, dificultou a situação da empresa juiz-forana:
“Esse vídeo trouxe uma dificuldade muito grande. A partir deste vídeo, falando que a gente falando que a gente tava fazendo várias situações equivocadas, tudo que eu tinha a receber, parou. Eu tinha que receber R$ 6 milhões até 31 de dezembro, que seria para pagar a festa”.
“A Phormar continua, não parou. Estamos muito tranquilos. Conseguimos acertar praticamente todos os eventos de dezembro. Janeiro as festas também vão acontecer. A sociedade universitária vai receber todas as festas”, resumiu.
Nota do Grupo Vision na íntegra
“É com grande respeito e profissionalismo que nos dirigimos a vocês para informar que o Grupo Vision Montes Claros, assumirá, a partir desta data, a gestão financeira e administrativa da empresa Phormar.
Iniciaremos uma auditoria na documentação e nas tratativas com fornecedores, clientes e colaboradores, a fim de garantir a realização de todos os eventos previstos e a honradez de todos os compromissos assumido
Resumidamente, isso significa que:
1. Assumiremos a gestão financeira e administrativa da Phormar
Todos os aspectos relacionados à organização e andamento dos contratados firmados com a Phormar passarão a ser geridos por nossa equipe.
2. Cumpriremos os contratos existentes. Respeitaremos integralmente os termos e condições dos contratos com a Phormar, garantindo que os eventos sejam realizados conforme planejado”
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