Governo federal ampliou a proibição para a venda de todos os produtos feitos pela Nutratta Nutrição Animal. Ministério da Agricultura proíbe a venda de rações após mortes de cavalos
O Ministério da Agricultura e Pecuária determinou a proibição da venda e o uso de todos os produtos da empresa Nutratta Nutrição Animal, fabricados a partir de 22 de novembro de 2024. A decisão foi publicada em um documento na última quarta-feira (25).
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A empresa vinha sendo investigada após cavalos morrerem por suspeita de intoxicação da ração fabricada por ela.
O governo federal disse que é possível estabelecer a relação entre o consumo do alimento para cavalos feito pela empresa com as mortes registradas em vários estados do país. Houve registro de mortes em vários estados do país, que chegam a quase 1 mil óbitos.
Em Volta Redonda, o número de mortes aumentou. Na última semana, 30 cavalos tinham morrido, nesta semana subiu para 35. Em um clube hípico da cidade, o número de óbitos cresceu de 17 para 19 em sete dias (relembre abaixo).
A proibição vale para todos os produtos destinados a qualquer espécie. A medida foi tomada porque foram encontrados na ração indícios de contaminantes que podem prejudicar a saúde animal.
O laudo do Ministério apontou ainda que os contaminantes podem causar mortes e doenças em equinos e até em outras espécies. O exame constatou a presença de um contaminante chamado monocrotalina, que é tóxico ao fígado e potencialmente letal.
Também foram apontadas falhas graves na fabricação, incluindo:
Mistura inadequada de ingredientes (como torta de algodão, resíduo de soja e feno);
Uso de matéria-prima não aprovada (resíduo de soja);
Ausência de rastreabilidade na produção;
Erros nos registros de produção;
Impossibilidade técnica de separar produtos por espécie ou lote, o que torna o risco generalizado.
A proibição do ministério pode ser reavaliada caso cheguem resultados que levem a outras medidas. A decisão é preventiva e sem prazo para encerramento.
Proprietários que tiveram cavalos afetados podem denunciar para a Ouvidoria do Mapa no site, mencionando local, quantidade de animais afetados e lotes envolvidos.
‘Sonhos interrompidos’
Polícia investiga morte de 17 cavalos em clube hípico em Volta Redonda; suspeita é intoxicação por ração
Reprodução/Redes Sociais
Sonhos interrompidos, baias vazias e tristeza. Este é o cenário do clube hípico de Volta Redonda depois que 19 cavalos morreram.
A primeira morte aconteceu no dia 19 de maio, dentro do Clube Hípico. Os primeiros sintomas que surgiram foram a anemia e a apatia.
Assim que foi constatado que algo estava errado, os animais passaram por exames clínicos, que apontaram danos graves no fígado, coração e até no sistema nervoso dos animais.
“Alguns apresentam sintomas, começam com apatia, anorexia, vão piorando, aí deitam, não conseguem levantar e dão problema neurológico e morrem. Outros são rápidos, estão bem há 10 minutos atrás e agora, por exemplo, começam a passar mal e morrem”, explicou o médico veterinário, Eduardo Damasceno.
O espaço é utilizado por crianças e adultos que treinam para competições, fazem aulas de equitação e têm uma rotina diária com os cavalos e éguas.
A Rebeca Rosa, de 13 anos, competia desde os nove anos com a égua Duquesa, um dos animais que morreram. Juntas, participaram de várias competições no Brasil.
“Foi a minha primeira égua. Essa ração acabou com um sonho nosso. Porque em toda prova que eu ia, eu ia com ela, né? Então ela se foi e basicamente um sonho enterrado. Jogado no lixo”, lamentou Rebeca.
A Maria Clara Carraro, de 11 anos, também perdeu uma égua. A Donzela PGM iria competir com ela em junho.
“Nossa, eu gostava muito dela. Ela foi uma das primeiras éguas. Ela era linda. A minha égua, ela não foi uma morte tão feia, mas foi muito dolorosa pra mim”, lembrou Maria.
Além do dano emocional pela perda do animal, os proprietários também tiveram o prejuízo financeiro. Os donos estão atrás de respostas.
“Os que perderam seus cavalos e os que estão doentes poderão buscar responsabilidade material que é a cerca do valor gasto com treinamento, com veterinário, valor do animal e ainda o dano moral, porque a gente está falando não só de um bem, mas um vínculo afetivo muito forte entre os filhos, os familiares e os donos desses animais. Então, com certeza, as medidas cabíveis serão tomadas”, explicou a advogada Grazielle Granato.
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