Operação prende quadrilha que aplicava golpes de falso mutirão oftalmológico gratuito em Barra Mansa

Grupo usava imagens da prefeitura e do SUS para enganar moradores. Mais de 20 pessoas foram ouvidas na delegacia e, pelo menos, 12 pessoas foram presas. Operação prende quadrilha que aplicava golpes de falso mutirão oftalmológico gratuito em Barra Mansa
Divulgação/Prefeitura de Barra Mansa
Uma operação prendeu no domingo (18) uma quadrilha de estelionatários que aplicava golpes de falso mutirão oftalmológico gratuito em Barra Mansa (RJ). Pelo menos, 12 pessoas foram presas. A ação foi conjunta entre a Polícia Civil, Secretaria Municipal de Ordem Pública e Procon.
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Segundo a Secretaria Municipal de Ordem Pública, o grupo se passava por representantes do suposto mutirão e enganava moradores com promessas de consultas e óculos gratuitos nos bairros Saudade e Ano Bom.
Ainda de acordo com a pasta, as investigações começaram após moradores denunciarem os anúncios do mutirão que estavam circulando nas redes sociais. As publicações eram divulgadas com imagens do prefeito da cidade, de secretários municipais e do Sistema Único de Saúde (SUS).
A prefeitura informou que o município possuí uma fábrica de óculos, que atende oficialmente à população.
Ainda de acordo com o poder público municipal, ao chegar nos locais indicados, os agentes encontraram cerca de 40 pessoas em cada ponto aguardando atendimento. Apesar da propaganda de gratuidade, havia máquinas de cartão para cobrança e muitas vítimas já tinham efetuado o pagamento.
Os atendimentos eram feitos por pessoas vindas de São Paulo, e não havia médicos oftalmologistas, apenas optometristas, o que reforçou a suspeita de irregularidade.
Durante o flagrante, ao menos 15 pessoas foram conduzidas para a delegacia de Barra Mansa, onde mais de 20 depoimentos das vítimas foram colhidos.
As investigações apontaram que o esquema era operado a partir de perfis falsos nas redes sociais, com links para agendamentos em ambos os bairros. As vítimas relataram que decidiram participar da ação acreditando se tratar de um serviço oficial da prefeitura.
A Polícia Civil levantou informações que, após o primeiro contato via redes sociais, os golpistas continuavam o atendimento por WhatsApp. Nas mensagens, prometiam óculos a partir de R$ 89, mas no local, os preços ultrapassavam R$ 890 em parcelamentos.
“Os atendentes falavam que eles iam gastar no máximo R$ 89 em lente […] Só que quando as pessoas chegavam lá, os óculos para serem feitos, eram 10 vezes de R$ 89 ou 10 vezes de R$ 69, coisas assim. Então muita gente chegou lá, pegou a situação e, constrangida, acabou pagando”, explicou o delegado titular de Barra Mansa, Bruno Gilaberte.
Ele informou ainda que outras pessoas ainda podem estar envolvidas no esquema, que já teria passado por cidades como Carmo, Paulo de Frontin, Saquarema, Maricá, Volta Redonda e até outros estados, como Goiás.
“Eu pesquisei em um dos perfis no Instagram dessa associação criminosa, um perfil que ele parou de ser alimentado em 2022. Tem comentários falando que eles não entregam os óculos, que eles entregam às vezes óculos sem grau, ou então que eles entregam óculos que não foi o comprado.” afirmou o delegado.
Segundo o Procon, os pagamentos eram realizados para CNPJs diferentes, e há indícios de que os óculos entregues tinham qualidade inferior ou estavam sem grau.
A ação continua em andamento, e novas vítimas devem ser ouvidas nos próximos dias. Até a publicação desta reportagem, 12 pessoas permaneceram presas. Elas vão responder por estelionato, associação criminosa e propaganda enganosa.
A Polícia Civil pede que qualquer cidadão que tenha participado do mutirão compareça à delegacia de Barra Mansa ou entre em contato com o Procon para passar informações que possam ajudar nas investigações.
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